sexta-feira, 4 de novembro de 2011


DESCULPE-ME

Peço desculpas por ser insensível, e enxergar o mundo apenas da minha forma, palavras que para mim surtem o efeito de serem simples, para outras pessoas podem parecer ofensivas, ou nesse caso, inexistentes.

Minha ânsia por proteger aqueles que me são caros cega às vezes meu raciocínio, e meu instinto fala mais alto, ledo engano em pensar que seria possível repetir a fórmula que com muitos funcionou.

Esqueço que com algumas pessoas em especial, entre elas está você, preciso agir como se fosse comigo, seguindo inclusive meu manual de instruções.

Saiba que, apesar de estarem fechadas, minhas asas estão prontas para lhe proteger, sempre haverá espaço para você debaixo delas, meu ombro sempre estará pronto para suas lágrimas, meus braços sempre estarão abertos para te abraçar ou para lutar em sua defesa.

Mas hoje tomei uma decisão, continuarei a seu lado, trilharei todos os caminhos com você, mas serão apenas aqueles que me permitir, e serão apenas os caminhos que desejar que eu trilhe.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

DESABAFO....


Hoje quero apenas desabafar, por pra fora sentimentos que me angustiam e machucam sem eu saber o que fazer, venho me sentindo em segundo plano em quase tudo que se refere a mim.

Noite passada eu senti isso, não por ciúmes ou inveja, mas por carência mesmo, foi quando parei pra fazer um balanço.......

Se eu estou triste, tenho colo, até outra pessoa precisar, aí tenho que me virar, tem sido assim minha vida inteira, inclusive eu já havia me acostumado com isso, mas eventos recentes me fizeram acreditar que eu teria carinho e atenção, ledo engano.

Quando olho tudo acontecer e eu do lado de fora, a sensação é estranha, é como se eu não estivesse ali, como se não pertencesse a esse mundo, é nesse momento que a voz lá do fundo me lembra, que sou fadado ao fracasso, ninguém precisa perder tempo comigo.

Hoje cheguei a conclusão de que minhas asas se fecharão, irei guardar meus sentimentos, minhas vontades, meus desejos, serei apenas eu, ou melhor, o velho eu aquele que nunca deveria se importar com essas coisas, se você não se importa, não sentirá falta, pois não tenho o direito de me importar, não tenho o direito de desejar, muito menos o direito de amar, não esperando algo em troca, isso não é amor, amarei essas pessoas a meu modo, irei protegê-las, irei ouvi-las, irei confortá-las, mas não esperarei mais essa recíproca, pois minha sina é essa ser o anjo da guarda de todos, mas se eu cair, terei que me erguer sozinho.

É momento do Robin fechar os olhos e Thanatos abrir os dele, pois a dor começou a me sufocar, é hora de parar de me importar.....

Belo Horizonte, 01 de Novembro de 2011.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011


“Quando o primeiro bebê deu seu primeiro sorriso, nasceu a primeira Fada...”

O texto de hoje é uma homenagem a uma amiga minha muito querida, que também é uma explicação sobre como são e como agem as fadas nesse meu cenário, mas em muitos outros se você reparar bem verá que minha visão de tais criaturas feéricas, é compartilhada por muitos escritores, entre eles J. M. Barrie, criador da peça, que é praticamente impossível que não conheçam, Peter Pan.

                “A Fada é um ser caprichoso por natureza, mas isso tem uma raiz. Como tais criaturas tiveram sua origem de um bebê, elas lidam com esse ‘defeito’ por toda sua existência, como todo recém nascido, elas são inconstantes, incompletas, sua essência é pura, mas não definida, como fomos todos nós em nossos primeiros dias de vida.

                O amor de uma criança é puro, simples e bem definido, ou ela gosta ou não, sem o luxo de um meio termo, assim são minhas queridas, eu as permito que tenham essa liberdade de sentimentos, pois sei que exigir que sejam definidas seria uma crueldade, e como seu rei não me permito a tal vil ato.

Devemos lembrar que tudo em sua existência muda e evolui, o mesmo acontece com as fadas, algumas escolhem ter uma forma ou aparência definida, é nesse ponto que você tem os Elfos, Trolls e até mesmo os duendes, todos eles são fadas em sua origem, mas escolheram ser o que são, alguns bons, outros maus.

                Já para minhas crianças, o conceito de bem ou mal não existe, assim como para um bebê, não faz diferença lhe dar um tapa ou uma carícia, isso são conceitos definidos, tanto que se você desperdiçar um minuto de seu tempo e observar as pessoas a sua volta, vai encontrar alguém para quem um tapa no rosto é mais gratificante que um beijo.

                Em resumo, Fadas são seres incompletos e curiosos que vagam em busca de sua parte faltante, ou até mesmo passeiam entre os mortais por curiosidade, buscando experimentar aquilo que elas não têm, seja amor, seja ódio, ou até o fato de terem uma única forma definida as intriga ao ponto delas alterarem a forma de um humano, não por maldade, mas pela curiosidade de ver como ficaria de outro jeito.

                Bom garoto(a) isso é uma fada, e posso garantir que nenhuma delas é inofensiva, portanto, e pensaria duas vezes antes de caçar confusão com uma delas, a menos que você tenha plena consciência do que está prestes a fazer...

                A propósito, não me apresentei, sou Robert Illizour Tudos, Robin Tudos para os mais chegados.....”


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Bom pessoas, chega de esperar, com vocês.....



Capítulo 06 – Visitas


20:00 – Chove intensamente, Anabelle está sentada confortavelmente na poltrona do apartamento de Yanagor enquanto observa a lareira acesa, o fogo sob a madeira lhe trás lembranças nostálgicas...

Uma jovem, idêntica a ela amarrada a um tronco, com vários outros dispostos abaixo de seus pés, uma chama de tocha é jogada sob os troncos e rapidamente a jovem Lisys Tudos, grita agonizantemente por ser consumida pelas chamas. Ela implora por sua vida, alegando não ser bruxa, que haviam pego a pessoa errada, mas de nada adianta, minutos depois o silêncio e o cheiro de carne queimada toma conta do ar.

Em outro momento, a verdadeira Anabelle, uma mulher de pele clara, cabelos e olhos negros como o céu noturno, arrancando do corpo a própria pele e olhos, para os mesmos se regenerarem, mas com a aparência da Jovem Lisys.

Mais uma lembrança, um jovem completamente apaixonado chamando-a de Lisys, implorando perdão por tê-la deixado, dizendo que isso nunca mais aconteceria. Foi quando Anabelle trouxe o pobre Stephan para a “vida” noturna.

- Ora ora! Perdida em pensamentos minha cara? – Diz uma voz masculina vindo de uma sombra atrás da vampira. – Não adianta Anabelle, você sabe que mais cedo ou mais tarde ele descobrirá, então por que continuar com essa farsa?

- Você.... – A Vampira sussurra entre dentes e semicerrando os olhos, um brilho avermelhado toma conta das íris da “jovem” e algumas das chamas deixam a lareira para ficarem flutuando em pequenas bolas ao redor dela. – O que quer aqui Henrique.

- Nada demais, só quero saber até quando vai ostentar esse objeto que me pertence por direito, você sabe que sua não vida só existe por te dei a dica de como culpar minha sobrinha por seus crimes, e ela, coitadinha, deu o anel da família para o amado Stephan, que lhe entregou enquanto achava que você era Lisys, mas chega de momento nostálgico, vamos aos negócios, quer manter esse anel ainda em seu dedo?

Quase que sem notar Anabelle põe sua mão direita sob a aliança, que ela ostenta na mão, que é muito mais que um mero adereço de compromisso, trata-se do lendário anel dos Tudos, o artefato que tem o propósito de ocultar por completo o que o usuário desejar, no caso de Anabelle, a fera sádica e assassina que ela era, pois conseguia simular qualquer sentimento, nem mesmo os poderes de leitura sobrenatural são capazes de decifrar o usuário, pelo contrario, o usuário os faz com que o “leitor” enxergue a coisa mais inofensiva que existe, foi assim que ela fingiu amar Stephan até ele perder a utilidade, e foi assim que atraiu Yanagor para protegê-la, pois sabia que Beliasviel, ou melhor Henrique Delacroix, estava atrás do artefato que ela possuía.

- Fale logo sem rodeios, Beliel.....

As sombras do local se tornam muito mais densas e parecem se mover, a escuridão parece começar a se tornar tangível, pois Anabelle chega a sentir o toque gelado das sombras passarem por seu corpo e consumirem  como se nada fossem, as chamas que ela sustentava com seus poderes, o medo é tão intenso que a vampira fica imóvel, sente uma vontade louca de fugir dali, correr para o mais longe que pudesse, mas suas pernas decidiram não obedecer, e do ponto mais escuro do apartamento, ela pode ver nitidamente dois grandes olhos amarelos, nada próximo dos humanos, era algo muito bestial, muito grandes e pareciam chamas amarelas, ela não sabe por que mas percebe que suas pernas tremem, a vontade de chorar é imensa, se sente como uma criança encarando o bicho papão, mas está vendo apenas os olhos dele, ela deseja do fundo de seu ser não ver o resto.

Como se sentisse o medo de sua presa o demônio sorri, exibindo uma bocarra tão grande que nem de perto lembra um humano, o mais próximo seria um sorriso de desenho animado, que se estende de uma orelha a outra e casa um dos dentes fossem dentes de tubarão, aí sim teríamos uma idéia desse sorriso.

- Ouça, mas ouça muito bem, fedelha!   Nunca mais você irá se referir a mim por esse nome, nem pelo meu verdadeiro nome, e irá fazer exatamente o que eu vou lhe dizer.....

O monstro faz uma pausa antes de começar a falar:

- Uma King irá entrar em confronto direto com Ágata Belmont, você trará o sangue das duas para mim, caso contrário eu retornarei, e garanto que seu amiguinho, que se acha o mais poderoso dos seres, irá sentir na pele a diferença de idade que nos separa, não ouse me desafiar, estou cansado dessa brincadeira de criança, chegou a hora das trevas.

Anabelle, sente que as sombras realmente estão vivas, e atendem à vontade de Henrique, tanto que as mesmas criam pontas e fazem pequenos cortes no rosto da vampira, enquanto algumas se prendem a seus braços e pernas para que essa não se mova, ela sente sua carne ser cortada pelas pontas assim como a dor em seus pulsos e tornozelos.

- Espero que tenha entendido meu recado! – Diz a voz de Delacroix, vindo bem próximo ao ouvido de Anabelle, tanto que ela chega a sentir o hálito do ser em sua nuca, e o toque quente da língua da criatura em seu pescoço, descendo por seu colo por baixo do vestido, se movendo como uma cobra e enroscando-se em seus seios e em seguida retornando deixando apenas aquela sensação de umidade que é deixada quando lambemos a pele de alguém.

Depois disso, as sombras liberam Anabelle, que cai no chão e chora de soluços, pela raiva que está sentindo por ser incapaz de se defender, logo ela que nunca dependera de ninguém, mas ela iria dar o troco, mas primeiro, precisava da cabeça de todos os Belmonts restantes....

Ela se levanta e vai ao banheiro se lavar, enquanto usa de seu poder para reacender a lareira e incinerar o vestido que usava.

- Nada aconteceu! – Repetia ela durante o banho, apenas irei seguir como planejei, destruirei os Belmont, os King e por fim o que restou dos Tudos, passando que meu “querido” Yanagor.

Risadas estridentes podem ser ouvidas ecoando por todo o apartamento, o som das mesmas é tão alto que abafam o “Click” da porta sendo destrancada e aberta aos poucos, revelando que fora arrombada com maestria, e o arrombador é um homem de meia idade, trajando todo em negro, e carregando um chicote, uma espada, preso ao peito uma bandoleira com estacas, preso às costas um tipo de lançador de Virotes.

- Reconheceria essa risada mesmo que fosse no inferno, hoje me vingo! – São as palavras de Kayrus Belmont, enquanto termina de entrar no apartamento, pegando sua besta de repetição...

CONTINUA...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Excelente Sexxxta Feira a todos e para não perder o costume... Capítulo 05 na Veia ^^

Capítulo 05 – TUDOS.

                Fim de tarde com chuva forte, estou sentado em uma mesa qualquer, em um Café e Tabacaria que sequer me dei o trabalho de guardar o nome, estou apenas curtindo minha tarde de folga, Afinal também sou “meio” filho de Deus, e minha caça só sai no cair da noite.

                Observo o crepúsculo por uma janela que fica próxima ao lugar que estou sentado, a mobília do estabelecimento é bem rústica, porém bastante limpo e organizador, o tom madeira está por toda a parte, sob o Balcão, nas mesas, cadeiras e até mesmo no chão que é de tábua corrida. A garçonete, uma jovem loira, de pele alva e bem cuidada, um pouco acima do peso, mas isso não retira seu charme, apenas acrescenta um “algo a mais” no pacote, sobrancelhas bem feitas, roupas bem passadas e alinhadas, dando a muitos pervertidos bastante material para fantasiar em seus momentos de justiça solitária.

                O ambiente é bem escuro, e a decoração contribui para dar esse ar soturno ao estabelecimento, se alguém está fugindo do dia, parece que aqui é um bom lugar para eu vir fumar meu cigarro sossegado e apreciar uma ótima vista do fim de tarde, tenho que lembrar de anotar o nome daqui. Atrás do balcão um quadro, desses que se prendem fotos de grupos de clientes, pessoas com canecas do lugar, festinhas de aniversário e etc. Mas o que chama minha atenção nesse quadro, é que a maioria deles está desaparecida, coincidência não?

                - O Senhor deseja mais alguma coisa? – Pergunta a garçonete  trazendo-me de volta à realidade.

                - Apenas mais um café, obrigado. – Respondo à jovem.

                Enquanto aguardo meu café, aprecio os diversos odores dentro do estabelecimento, e entre eles um em especial me atrai, um cheiro que aguça minha fera sanguinária, que a cada 100 anos precisa ser saciada, o odor doce e férreo de sangue vertente, a Besta, estimulada por meu lado demônio luta bravamente para sair, resisto fortemente, mas é uma luta de dois contra um, faz mais de um século que não provo o sabor desse líquido, a vontade é imensa, aos poucos vou perdendo o controle, mas tenho consciência disso, tiro uma nota de 50,00 para pagar uma conta de 15,00 e deixo o troco com a Garçonete, ela protesta, pois meu café acaba de ficar pronto, bebo todo em uma única virada e saio correndo dali, não posso ferir ninguém......

                Caminho pela chuva, ainda em batalha contra a fera, preciso me afastar, caminho pelas tortuosas ruas da cidade, chegando a me apoiar diversas vezes na parede, a sede é insuportável, eu sei disso, sinto como se meu estômago desejasse virar do avesso, sinto o calor subir pela espinha, minhas mãos estão tremulas, minha visão vai ficando turva aos poucos, caminho em direção ao parque, não vai dar para chegar em casa, como está chovendo, ninguém em são consciência iria para um lugar que não oferece abrigo, ledo engano.

                Logo na entrada, dou de cara com uma jovem, corpo escultural, perfeito demais para ser humana, ela usa uma camiseta azul clara, coladíssima ao corpo, revelando, sem pudor algum, todas as curvas de seu tronco, no rosto, uma maquiagem leve mas chamativa, por sua pele morena clara contrastar com a sombra e batom azuis, do exato tom da cor de seu cabelo.

                Ela olha para mim com aqueles intensos olhos azul safira, dando um sorriso como o de uma criança inocente que encontra um parente, ela se aproxima de mim e envolve meu pescoço com seus braços, minha consciência já está a menos de um fio e ela parece perceber isso pois o sorriso muda de criança para mulher, travessa e provocante, como se desejasse que eu a atacasse ali mesmo, mas consigo não me mover, o esforço é mais que assombroso.

                - Por que se segura tanto? – Ela me instiga sussurrando a meu ouvido. – “Fui enviada para isso, existe uma guerra prestes a estourar e meu rei precisa do mais poderoso dos seres a seu lado, encare-me como um presente, meu sangue não irá saciar sua fome, mas irá ajudar-lhe a controlar essa fera.” – Como que para me provocar mais ainda, ela me abraça forte, sinto seu coração bater sob meu peito, ela mordisca minha orelha e me beija a escápula, sinto sua língua brincar sob minha pele, e pra piorar, percebo que o odor de sangue que sentira antes vinha dela, de um leve corte em seu pescoço, que ao se mover a “súcubos” na minha frente faz questão de roçá-lo em meus lábios.

                Resisto ao máximo que posso, mas a fera finalmente vence, sinto meus caninos crescerem, meu braço direito passando por sua cintura e apertando-a junto a seu corpo, minha mão esquerda desliza pelas costas da mulher até encontrar sua nuca, uma vez lá, meus dedos se deixam ser envolvidos por seus cabelos, giro-os envolta do punho e fecho em seguida, num movimento rápido puxo sua cabeça para trás e cravo minhas presas em sua pele, na altura do seio esquerdo, dali começo a sugar seu sangue, que é doce, me faz querer cada segundo mais, ouço-a gemer com o prazer que a mordida proporciona, mas nem me importo, tudo que desejo é saciar minha fera, e pouco a pouco vai escurecendo, mas não largo, continuo a me saciar, e por fim, perco a consciência.

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                Desperto dentro de uma caverna, a iluminação é muito fraca, aos poucos vou colocando as idéias no lugar. “Odeio ressaca!” Minha cabeça está explodindo como se eu tivesse tomado um rio de vodka ou rum, noto uma fogueira mais a frente, me levanto com uma certa dificuldade. “O que tinha no sangue daquela mulher?” Me pergunto.

                - Nada que possa lhe fazer mal Shemânphora! – Responde uma voz masculina vinda de trás de mim.

                Me viro quase que instantaneamente em posição de guarda pronta para o combate, e vejo, sentado numa cadeira a meia luz, um homem trajando finas vestes, destoantes para a época que estamos. Parece mais um nobre renascentista, cabelos e olhos castanhos, sua pele, morena marcada pelo sol, nos lábios um sorriso sarcástico, que me faz lembrar alguém mas não consigo me lembrar no momento.

                - Quem é você? – Pergunto, logo de cara e preparo-me para iniciar um combate.
                - Acalme-se meu nobre amigo, sei quem você é, e sei também de suas capacidades, e posso lhe garantir que não poderá testá-las contra mim nesse momento, você está um pouco debilitado, sangue de fada faz isso quando você não está acostumado.
               
                Eu sequer havia notado, mas a jovem de cabelos azuis estava de pé atrás do homem, ela me olhava e mantinha o ar desafiador de antes, como se estivesse orgulhosa de estar ali. “Mas espera um pouco, ele disse FADA?” O sorriso de meu anfitrião se amplia tanto que chego a pensar que estou de frente para o Cheshire, de Alice no País das Maravilhas, principalmente por que os olhos castanhos se tonam verde esmeralda bem na minha frente, e quando ameaço ir em sua direção, uma mão no meu ombro impede que eu salte. Quando olha na direção do meu captor, sou surpreendido, pois se tratava do homem que a um segundo atrás estava a minha frente, como se houvessem dois dele, se houvesse velocidade sobrenatural ali eu notaria, nem a velocidade de um Ancila passa despercebida por mim, algo diferente ocorreu ali.

                - Foi exatamente isso que eu disse, Sr Yanagor, Fadas. – Responde o homem que segura meu ombro. – “E estamos aqui pois querem fazer uma bagunça tão grande que nem nossos Gremlins são capazes, precisamos de sua ajuda.” – Continua o outro sentado, mas dessa vez ele está sério. “– Pois bem...” – Continua ele “ – Sou Robin Tudos, rei da Corte Feérica, muito prazer. – Ele Faz uma exagerada reverência em minha direção.

                - Espera um pouco. – Interrompo “– Você disse TUDOS?”

                - Sim, exatamente, sei que você vai começar com ‘estamos desaparecidos’ e um monte de bla, bla, blás. Sim você está certo, e eu também, essa é a parte divertida de ser fada, mas irei lhe explicar isso no devido tempo, mas seu problema maior não sou eu, e sim um tal de Beliasviel Tudos, ou Henrique Delacroix, como você deve conhecê-lo, tenho uma novidade pra você, você não foi o primeiro da sua estirpe, existiram dois que lhe precederam, um deles está planejando reabrir os portais do abismo. Quem você acha que ensinou Nerislav a fazer de você o que é hoje?

Antes mesmo de eu responder ele continua...

- Isso mesmo, um Tudos devorou tantos demônios que enjoou do sabor e começou a devorar anjos também, assim nasceu Beliel, o primeiro Shemânphora, mas Beliel é artificial, ele precisa devorar mais demônios e mais anjos para se manter poderoso, ele tentou criar outro como ele, mas deu errado, mas com essas experiências ele descobriu você, uma forma de criar um puro, e uma forma de controlar esse poder bruto, por um acaso você tem conhecimento do tipo de poderes que possui? Ou realmente acredita que acaba com regeneração, super sentidos e super força?

- Não? – Pergunto mesmo já sabendo da resposta.

- Não Yanagor, você tem mais poder do que só isso, e ao contrario do que você acredita, você é muito mais que apenas um ser maldito criado de uma união proibida, você é a peça chave para a guerra que esse louco está para gerar, pois foi o sangue de um Shemânphora puro, o seu sangue, que lacrou os portais, levando Beliel a uma subsistência se alimentando do sangue e humanos e de vampiros, infelizmente paguei um preço um pouquinho alto, fui banido para o mundo das fadas, aqui fiz meu ‘pé de meia’ se é que me entende. - A jovem senta em seu colo e o abraça, com o afeto de uma amante diante de seu amado.

- Sinto muito por tê-lo envolvido nessa coisa toda, mas você precisava saber, pois os dois últimos Tudos, foram transformados em Shemânphora. Se olhar por esse ponto de vista, você é uma criação tanto minha quanto de Beliel, isso faz de você um Legado, você carrega sob suas costas algo maior que seus três pares de asas, você sempre buscou um objetivo pra sua vida não buscou, estou te entregando a responsabilidade de proteger toda a humanidade e manter o equilíbrio entre os mundos, sobre sua fome centenária, sinto muito, posso lhe enviar quantas fadas forem necessárias, mas será uma solução temporária, o único meio é tomar o sangue de um mortal.

- Nem tudo em nossas vidas é fácil não é? – Comento.

- Esse é o espírito garoto! – Diz o Tudos voltando a sorrir. “– Volte aqui amanhã durante os primeiros raios da alvorada, só consigo aparecer ou ao nascer ou no por do Sol, agora acho que você tem trabalho, boa sorte Yanagor Tudos....

Ditas estas palavras, Robin e sua acompanhante começam a se tornar transparentes até por fim desaparecerem, praguejo um pouco pego meu maço de cigarros, quase todos molhados, mas felizmente salvei um. Pego meu isqueiro, encharcado, penso nas palavras do ‘Rei das Fadas’, ponho o cigarro na boca e trago mesmo sem ele estar aceso e como num passe de mágica, sua ponta fica incandescente, e começo a fumar, dou um sorriso e saio caminhando em direção da saída da caverna, percebendo que ainda estou no parque e parou de chover, é hora de caçar.....

CONTINUA...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Uma ótima segunda pessoas, atentendo a pedidos, mais um capítulo da Saga do Yanagor pra vocês, Beijo na nuca e mordidas na escápula de todos ^^

Capítulo 04 - July King

Um bar a noite, música alta, pessoas trajando negro conversando e sorrindo alto, 3 figuras se destacam, três homens trajando jaquetas negras de couro bem ao estilo motoqueiros, ambos com mais de 1,80m de altura de olhares libidinosos a uma jovem sentada ao fundo, pele clara, com algumas sardas no rosto, cabelos vermelhos longos e encaracolados, ela usava uma boina negra, assim como óculos escuros de lentes circulares, estava levemente maquiada, nada extravagante, em contraste com as outras presentes, que carregavam na maquiagem, ela vestia roupas simples porém belas, ela trajava completamente de negro, assim como quase todos naquele ambiente gótico, calça e jaqueta de couro, calçava luvas e coturnos, igualmente negros, bebia uma dose dupla de wisky.
Os homens resolveram acompanhá-la, sem serem convidados, sentaram nas 3 cadeiras vagas da mesa.
- E aí gatinha, o que faz sozinha num lugar como esse? – Começa um dos homens.
- É perigoso andar desse jeito, ainda mais por essas bandas. – Continua um segundo.
- E por que eu deveria temer. – Responde tranquilamente a jovem. – “o máximo que encontrei foram 3 poodles pulguentos, isso num assustaria nem a minha avó.”
- É mesmo moça? – Interrompe um terceiro. “– E esses poodles estavam onde?”
- Revirando umas latas de lixo pelo bairro. – responde a moça, esboçando um leve sorriso com o canto do lábio. “– Mas sabem o mais engraçado? Parece que cachorros no cio não conseguem ficar quietos no seu canto, então resolvem revirar todo tipo de lata, até achar uma fêmea para tentarem acasalar, e se sentam na primeira cadeira vazia de mulher que enxergam.” Termina a ruiva que esvazia o seu copo, tranquilamente.
- TÁ FALANDO DA GENTE É!? – irrompe o primeiro homem
- Ora, ora! Parece que os poodles foram ensinados. – provoca a jovem. – “Até sabem quando são chamados sem citar os nomes.” Finaliza a provocação.
- Escuta aqui gatinha. – começa o terceiro. “- Não é por que resolvemos lhe fazer companhia, que estamos dispostos a sermos chacoteados por você, e não é por que você é uma mulher que vamos pegar leve.” Finaliza o homem apontando o dedo para o rosto da mulher, que o agarra em um movimento tão rápido que os 3 sequer perceberam quando ela fez isso, até ela começar a torcê-lo.
- Primeiro, eu não gosto de gente intrometida, segundo, nem minha mãe aponta o dedo pra minha cara e terceiro, vocês não estão em condições de montar banca nem aqui nem em lugar nenhum. – Irrompe a jovem torcendo lentamente o dedo que segundos atrás apontava para seu rosto, fazendo o dono do mesmo se contorcer com a dor que sentia. – Agora se os ‘totós’ estão ofendidos podemos resolver isso lá fora nós 4 que tal? Um ménage a ‘quatrre’!? Ela solta a mão do homem e se levanta tranquilamente, sendo imitada pelos outros 3 ocupantes da mesa e seguida pelos mesmos até a porta de saída do bar.
Dois dos homens se entreolharam e sorriram, o terceiro, que tivera seu dedo quase quebrado, emitiu um som que lembrava um rosnado de animal, fazendo a face dos outros dois se tornar neutra quase que instantaneamente, os quatro seguiram para um beco escuro sem saída, logo atrás do bar em que se encontravam, a jovem seguia a frente, caminhando pausadamente de maneira sensual, os 3 homens pararam para admirar o movimento dos quadris da mulher e seus olhares se tornaram ainda mais libidinosos, a ruiva se virou encarando os 3 e tocando o zíper de sua jaqueta fazendo olhar provocador, e descendo-o de maneira sensual, revelando um decote igualmente belo, pois por baixo da jaqueta, havia uma camiseta, com gola em “U” nada vulgar, mas nem por isso menos belo.
- O que pretende com isso sua vadia? – diz o 3º homem, de maneira brusca. “- Vai ter que rebolar muito pra compensar suas ofensas.” Decretou o mesmo.
- Que isso meninos? – Dizia a jovem enquanto colocava a mão direita atrás do tórax, por baixo da jaqueta. “– A diversão será mais que intensa!” – finalizou a frase com um beijo, seguido pelo arremesso de uma pequena adaga que ela havia pegado às suas costas, que foi tão inesperado que o homem que quase teve o dedo quebrado, agora tinha a garganta atravessada pela lâmina.
- Sua... – Foi a última palavra do homem antes de cair inconsciente.
- O que? – Surpreendeu-se um dos homens ainda de pé. “– Ora sua! Vai pagar caro por isso!” - Decretou o mesmo, a medida que sua massa corporal aumentava de tamanho, rosnados puderam ser ouvidos da rua, mas as pessoas daquela vizinhança já estavam acostumados com esse tipo de som, a pele do homem foi se tornando escura, pelos começaram a crescer em seu rosto a medida que o formato de seu crânio foi alterando sua forma para se adequar ao que se transformava, as roupas foram rasgando a medida que o corpo crescia, e em instantes ele atingia mais que o dobro de sua altura, e sua aparência era um misto de homem com lobo, um Lobisomem.
- Ora! E não é que o poodle ta nervosinho? Tão cedo? Pena, achei que seria um pouco mais difícil tirar a paciência dos pulguentos.
Em resposta ao comentário da jovem a criatura avançou em direção a ela, em um galopar que rachava o chão com o peso do animal, a criatura era sápida, e em frações de segundo venceu a distância que era de uns 10,0 metros entre ambos, investindo com a bocarra aberta.
A jovem apenas curvou seu corpo para trás, estendeu seus braços ficando numa posição que lembra um goleiro esperando a cobrança de um pênalti, e quando o monstro tentou mordê-la, jogou o corpo para trás se deitando, fazendo a enorme criatura passar por cima dela, o lobo, meio abismado com a agilidade e velocidade de sua adversária, perdeu a concentração, coisa não muito difícil, pois já estava furioso, passando direto e não percebendo que o que a mulher desejava era esta abaixo dele, dando a ele apenas a oportunidade de ver as lâminas que brotaram do solado do coturno, enquanto ela batia ambos os pés em seu peito com tamanha força que o lançou uns 5 metros acima do chão, mantendo ainda cravadas em seu peito as lâminas, fazendo-o cair no chão com enorme impacto e inconsciente.
- July King! – Grita assustado o homem que ainda está vivo, enquanto sai correndo a toda velocidade do beco.
- Tsc! La vamos nós de novo. – Reclama a ruiva enquanto se lança atrás dele.
A Jovem é bem mais rápida que o homem, bloqueando seu caminho antes que esse saísse do beco, sacando duas pistolas que estavam ocultas sob as mangas de sua jaqueta, lançadas para suas mãos através de mecanismos de molas e cabos, e apontando para seu “oponente.”
- Gente, que coisa não? A minutos atrás você estava até rindo achando que eu seria uma “foda fácil”. Por que vai fugir agora? – diz sarcasticamente July King.
O homem, ainda assustado, surpreende a caçadora se agachando e levantando com uma mendiga assustada que estava encolhida atrás de uma lata de lixo, aparentemente se protegendo do frio da noite e dormindo.
- Larga ela seu estrupício, larga ela agora,!
- Quem vai largar é você, e vai largar essas duas armas senão eu quebro o pescoço dela. – Diz sorrindo o homem.
- Pode quebrar, assim que o fizer eu fuzilo vocês dois.
- Você não faria isso! – grita assustado o Homem.
- Por favor! Não quero morrer ainda moça. – Grita aos prantos a mendiga.
- Sinto muito moça. – Diz a ruiva disparando um tiro em seguida.
Ambos caem inertes no chão, o homem demora uns 10 segundos se debatendo até cessarem seus movimentos, a mendiga agoniza no chão a dor eh tamanha que ela não consegue gritar, seus olhos esbugalhados.
- Ele era mais alto que você, e eu tinha que acertar o coração, sinto muito por ter acertado seu ombro.
A caçadora se abaixa e toca a ferida da mendiga, a ferida apenas olha nos olhos da ruiva, e vê que emanam um brilho dourado, e pouco a pouco a dor vai abandonando seu corpo, sente um leve formigamento onde a bala entrou, e em pouco segundo ela fica zonza, mas não sente mais dor, quando volta a si percebe que está sozinha no beco nem a mulher, nema a ferida, nem os corpos dos homens e da criatura se encontravam mais lá.

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Um bar a noite, música alta, pessoas trajando negro conversando e sorrindo alto, uma figura se destaca de toda essa agitação, uma mulher de cabelos vermelhos longos e encaracolados, ela tem pele clara, algumas sardas no rosto, esta vestida toda de negro, possui uma boina na cabeça e usa óculos de lentes escuras e circulares, uma garrafa de Whisky e um copo com gelo decoram a mesa em que está sentada.
July King sempre executa esse ritual após um trabalho, um bom Scotch e boa música são alívio para seus músculos recém exercitados, ela percebe uma figura se aproximar um homem trajando um terno cinza com risca giz, corte de algumas décadas atrás, se não fosse pela exímia costura, seria uma ótima vestimenta para um baile de época, o homem tinha cabelos longos e ondulados, em sua cabeça uma cartola (o que tornava ainda mai excêntrica a figura) carregava na mão direita uma bengala.
- O que quer aqui morto vivo. – Pergunta bruscamente a caçadora.
- Calma minha querida! – Responde Henrique de Lacroix. “– Vim apenas lhe propor um negócio.” A da um largo sorriso,
- Não estou interessada, não gosto dos negócios que a sua laia propõe.
- Pra uma caçadora mercenária não está um pouquinho orgulhosa demais não? Nem ouviu o que tenho a lhe propor. Você sabe que no ramo de caçadores você é considerada segunda categoria não sabe?
- Isso é para quem se prende a estereótipos.
- Pois é, e como você respeita os Belmont, não se intromete nos negócios deles certo?
- Correto.
- E se eu dissesse que tem uma Belmont que está querendo se tornar um de nós?
- Se isso fosse verdade, ela estaria quebrando o pacto entre as 3 famílias míticas, das quais os Belmont, os King e os desaparecidos Tudos fazem parte, o que me obrigaria a caçá-la antes de levar adiante essa loucura.
- Pois bem minha cara. – Henrique sorri malignamente. “– Sua caça se chama Ágata Belmont.”
- Continue, estou te ouvindo... – Interrompe July King, com um brilho estranho em seu olhar...




CONTINUA...