Capítulo 04 - July King
Um bar a noite, música alta, pessoas trajando negro
conversando e sorrindo alto, 3 figuras se destacam, três homens trajando
jaquetas negras de couro bem ao estilo motoqueiros, ambos com mais de 1,80m de
altura de olhares libidinosos a uma jovem sentada ao fundo, pele clara, com
algumas sardas no rosto, cabelos vermelhos longos e encaracolados, ela usava
uma boina negra, assim como óculos escuros de lentes circulares, estava
levemente maquiada, nada extravagante, em contraste com as outras presentes,
que carregavam na maquiagem, ela vestia roupas simples porém belas, ela trajava
completamente de negro, assim como quase todos naquele ambiente gótico, calça e
jaqueta de couro, calçava luvas e coturnos, igualmente negros, bebia uma dose
dupla de wisky.
Os homens resolveram acompanhá-la, sem serem convidados,
sentaram nas 3 cadeiras vagas da mesa.
- E aí gatinha, o que faz sozinha num lugar como esse? –
Começa um dos homens.
- É perigoso andar desse jeito, ainda mais por essas bandas.
– Continua um segundo.
- E por que eu deveria temer. – Responde tranquilamente a
jovem. – “o máximo que encontrei foram 3 poodles pulguentos, isso num
assustaria nem a minha avó.”
- É mesmo moça? – Interrompe um terceiro. “– E esses poodles
estavam onde?”
- Revirando umas latas de lixo pelo bairro. – responde a
moça, esboçando um leve sorriso com o canto do lábio. “– Mas sabem o mais
engraçado? Parece que cachorros no cio não conseguem ficar quietos no seu
canto, então resolvem revirar todo tipo de lata, até achar uma fêmea para tentarem
acasalar, e se sentam na primeira cadeira vazia de mulher que enxergam.”
Termina a ruiva que esvazia o seu copo, tranquilamente.
- TÁ FALANDO DA GENTE É!? – irrompe o primeiro homem
- Ora, ora! Parece que os poodles foram ensinados. – provoca
a jovem. – “Até sabem quando são chamados sem citar os nomes.” Finaliza a
provocação.
- Escuta aqui gatinha. – começa o terceiro. “- Não é por que
resolvemos lhe fazer companhia, que estamos dispostos a sermos chacoteados por
você, e não é por que você é uma mulher que vamos pegar leve.” Finaliza o homem
apontando o dedo para o rosto da mulher, que o agarra em um movimento tão
rápido que os 3 sequer perceberam quando ela fez isso, até ela começar a
torcê-lo.
- Primeiro, eu não gosto de gente intrometida, segundo, nem
minha mãe aponta o dedo pra minha cara e terceiro, vocês não estão em condições
de montar banca nem aqui nem em lugar nenhum. – Irrompe a jovem torcendo
lentamente o dedo que segundos atrás apontava para seu rosto, fazendo o dono do
mesmo se contorcer com a dor que sentia. – Agora se os ‘totós’ estão ofendidos
podemos resolver isso lá fora nós 4 que tal? Um ménage a ‘quatrre’!? Ela solta
a mão do homem e se levanta tranquilamente, sendo imitada pelos outros 3
ocupantes da mesa e seguida pelos mesmos até a porta de saída do bar.
Dois dos homens se entreolharam e sorriram, o terceiro, que
tivera seu dedo quase quebrado, emitiu um som que lembrava um rosnado de
animal, fazendo a face dos outros dois se tornar neutra quase que
instantaneamente, os quatro seguiram para um beco escuro sem saída, logo atrás
do bar em que se encontravam, a jovem seguia a frente, caminhando pausadamente
de maneira sensual, os 3 homens pararam para admirar o movimento dos quadris da
mulher e seus olhares se tornaram ainda mais libidinosos, a ruiva se virou
encarando os 3 e tocando o zíper de sua jaqueta fazendo olhar provocador, e
descendo-o de maneira sensual, revelando um decote igualmente belo, pois por
baixo da jaqueta, havia uma camiseta, com gola em “U” nada vulgar, mas nem por isso
menos belo.
- O que pretende com isso sua vadia? – diz o 3º homem, de
maneira brusca. “- Vai ter que rebolar muito pra compensar suas ofensas.”
Decretou o mesmo.
- Que isso meninos? – Dizia a jovem enquanto colocava a mão
direita atrás do tórax, por baixo da jaqueta. “– A diversão será mais que
intensa!” – finalizou a frase com um beijo, seguido pelo arremesso de uma
pequena adaga que ela havia pegado às suas costas, que foi tão inesperado que o
homem que quase teve o dedo quebrado, agora tinha a garganta atravessada pela
lâmina.
- Sua... – Foi a última palavra do homem antes de cair
inconsciente.
- O que? – Surpreendeu-se um dos homens ainda de pé. “– Ora
sua! Vai pagar caro por isso!” - Decretou o mesmo, a medida que sua massa
corporal aumentava de tamanho, rosnados puderam ser ouvidos da rua, mas as
pessoas daquela vizinhança já estavam acostumados com esse tipo de som, a pele
do homem foi se tornando escura, pelos começaram a crescer em seu rosto a
medida que o formato de seu crânio foi alterando sua forma para se adequar ao
que se transformava, as roupas foram rasgando a medida que o corpo crescia, e
em instantes ele atingia mais que o dobro de sua altura, e sua aparência era um
misto de homem com lobo, um Lobisomem.
- Ora! E não é que o poodle ta nervosinho? Tão cedo? Pena,
achei que seria um pouco mais difícil tirar a paciência dos pulguentos.
Em resposta ao comentário da jovem a criatura avançou em
direção a ela, em um galopar que rachava o chão com o peso do animal, a
criatura era sápida, e em frações de segundo venceu a distância que era de uns 10,0 metros entre ambos,
investindo com a bocarra aberta.
A jovem apenas curvou seu corpo para trás, estendeu seus
braços ficando numa posição que lembra um goleiro esperando a cobrança de um
pênalti, e quando o monstro tentou mordê-la, jogou o corpo para trás se
deitando, fazendo a enorme criatura passar por cima dela, o lobo, meio abismado
com a agilidade e velocidade de sua adversária, perdeu a concentração, coisa
não muito difícil, pois já estava furioso, passando direto e não percebendo que
o que a mulher desejava era esta abaixo dele, dando a ele apenas a oportunidade
de ver as lâminas que brotaram do solado do coturno, enquanto ela batia ambos
os pés em seu peito com tamanha força que o lançou uns 5 metros acima do chão,
mantendo ainda cravadas em seu peito as lâminas, fazendo-o cair no chão com
enorme impacto e inconsciente.
- July King! – Grita assustado o homem que ainda está vivo,
enquanto sai correndo a toda velocidade do beco.
- Tsc! La vamos nós de novo. – Reclama a ruiva enquanto se
lança atrás dele.
A Jovem é bem mais rápida que o homem, bloqueando seu
caminho antes que esse saísse do beco, sacando duas pistolas que estavam
ocultas sob as mangas de sua jaqueta, lançadas para suas mãos através de mecanismos
de molas e cabos, e apontando para seu “oponente.”
- Gente, que coisa não? A minutos atrás você estava até
rindo achando que eu seria uma “foda fácil”. Por que vai fugir agora? – diz
sarcasticamente July King.
O homem, ainda assustado, surpreende a caçadora se agachando
e levantando com uma mendiga assustada que estava encolhida atrás de uma lata
de lixo, aparentemente se protegendo do frio da noite e dormindo.
- Larga ela seu estrupício, larga ela agora,!
- Quem vai largar é você, e vai largar essas duas armas
senão eu quebro o pescoço dela. – Diz sorrindo o homem.
- Pode quebrar, assim que o fizer eu fuzilo vocês dois.
- Você não faria isso! – grita assustado o Homem.
- Por favor! Não quero morrer ainda moça. – Grita aos
prantos a mendiga.
- Sinto muito moça. – Diz a ruiva disparando um tiro em
seguida.
Ambos caem inertes no chão, o homem demora uns 10 segundos
se debatendo até cessarem seus movimentos, a mendiga agoniza no chão a dor eh
tamanha que ela não consegue gritar, seus olhos esbugalhados.
- Ele era mais alto que você, e eu tinha que acertar o
coração, sinto muito por ter acertado seu ombro.
A caçadora se abaixa e toca a ferida da mendiga, a ferida
apenas olha nos olhos da ruiva, e vê que emanam um brilho dourado, e pouco a
pouco a dor vai abandonando seu corpo, sente um leve formigamento onde a bala
entrou, e em pouco segundo ela fica zonza, mas não sente mais dor, quando volta
a si percebe que está sozinha no beco nem a mulher, nema a ferida, nem os corpos dos homens e
da criatura se encontravam mais lá.
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Um bar a noite, música alta, pessoas trajando negro
conversando e sorrindo alto, uma figura se destaca de toda essa agitação, uma
mulher de cabelos vermelhos longos e encaracolados, ela tem pele clara, algumas
sardas no rosto, esta vestida toda de negro, possui uma boina na cabeça e usa
óculos de lentes escuras e circulares, uma garrafa de Whisky e um copo com gelo
decoram a mesa em que está sentada.
July King sempre executa esse ritual após um trabalho, um
bom Scotch e boa música são alívio para seus músculos recém exercitados, ela
percebe uma figura se aproximar um homem trajando um terno cinza com risca giz,
corte de algumas décadas atrás, se não fosse pela exímia costura, seria uma
ótima vestimenta para um baile de época, o homem tinha cabelos longos e
ondulados, em sua cabeça uma cartola (o que tornava ainda mai excêntrica a
figura) carregava na mão direita uma bengala.
- O que quer aqui morto vivo. – Pergunta bruscamente a
caçadora.
- Calma minha querida! – Responde Henrique de Lacroix. “–
Vim apenas lhe propor um negócio.” A da um largo sorriso,
- Não estou interessada, não gosto dos negócios que a sua
laia propõe.
- Pra uma caçadora mercenária não está um pouquinho
orgulhosa demais não? Nem ouviu o que tenho a lhe propor. Você sabe que no ramo
de caçadores você é considerada segunda categoria não sabe?
- Isso é para quem se prende a estereótipos.
- Pois é, e como você respeita os Belmont, não se intromete
nos negócios deles certo?
- Correto.
- E se eu dissesse que tem uma Belmont que está querendo se
tornar um de nós?
- Se isso fosse verdade, ela estaria quebrando o pacto entre
as 3 famílias míticas, das quais os Belmont, os King e os desaparecidos Tudos fazem
parte, o que me obrigaria a caçá-la antes de levar adiante essa loucura.
- Pois bem minha cara. – Henrique sorri malignamente. “– Sua
caça se chama Ágata Belmont.”
- Continue, estou te ouvindo... – Interrompe July King, com um
brilho estranho em seu olhar...
CONTINUA...
Esperando ansiosa pelo próximo capítulo.
ResponderExcluirA narrativa está bem envolvente. Parabéns :)
A.M.