quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Post 03

Boa quarta galera, mais um Capitulo da Saga Yanagor pra vcs, espero que gostem ^^

 Capítulo 01


Sob a sombra de uma árvore, acendo meu cigarro, observo aquela caçadora que algumas horas atrás quase fora morta por um servo, que garota impulsiva, sequer cogitou assegurar o perímetro, Henrique Delacroix, não é um vampiro iniciante, pelo contrário, ele é tão poderoso quanto o seu amado Dimitri, uma pena, uma jovem com um futuro promissor e uma cabeça tão estragada, tsc!

Dou minha baforada, liberando a fumaça de meus pulmões e relembrando meu encontro com aquela garota.....

23:00 – Chove, um homem bem vestido, porém um tanto excêntrico caminha pelas ruas sujas da cidade, a imagem daria uma bela pintura pelo contraste, as paredes molhadas e escuras, pela fraca iluminação dos postes, parece se tratar da periferia, pilhas de lixo espalhadas pelas calçadas acentuando ainda mais a presença daquele homem trajando um terno cinza com risca giz, corte de algumas décadas atrás, se não fosse pela exímia costura, seria uma ótima vestimenta para um baile de época, o homem tinha cabelos longos e ondulados, em sua cabeça uma cartola (o que tornava ainda mai excêntrica a figura) carregava na mão direita uma bengala e na esquerda um guarda-chuva, protegendo-se assim da precipitação.
O homem entra em um beco ainda menos iluminado que a rua, caminha tranquilamente até o final deste, onde é uma área coberta, o homem fecha seu guarda chuva, enrolando-o tranquilamente.
 - Até quando ficarás esperando para revelar-se caçadora? – Diz o homem. – Achas esperta o suficiente e passar despercebida a meus sentidos? Isso seria amadorismo.

- Se já havia me notado vampiro, por que veio direto para minha armadilha? – Responde uma figura que se revela de sua ocultação, uma jovem de cabelos médio longos, pouco abaixo dos ombros, trajava roupas negras para acentuar seu ocultamento, presa a sua cintura, uma espada embainhada, e na sua mão direita, um chicote.

- De certo que aqui há uma armadilha milady, mas para vossa infelicidade a mesma não provém de sua genialidade....

De súbito, a caçadora ataca sua caça com seu chicote afim de aprisioná-lo com o mesmo, porém o Vampiro parecia esperar por esse tipo de ataque e o bloqueia com seu guarda chuva, deixando o chicote enrolar nele e dá um solavanco em sua direção fazendo a caçadora ser “arremessada” em sua direção.
Porém a mesma se mostra não tão inocente quanto o ancião pensava, aproveitando-se da inércia causada pela força do vampiro, girou seu corpo e preparou um chute, o ser das trevas, que era mais rápido que ela, segurou sua perna, e a caçadora, que esperava por isso, girou seu corpo entorno de sua presa, fazendo o mesmo perder seu equilíbrio e ser lançado contra uma das paredes do beco, fazendo um buraco por causa do impacto.

- Belo golpe! – Diz sorrindo o homem expondo suas presas. –És digna dos Belmont, pena não serdes possível transformá-la, serias uma excelente aquisição a nossas fileiras.

Lentamente a jovem Belmont desembainha sua espada, que parece emanar um brilho acima do normal pelo metal.
O Vampiro une suas mãos e dá um sorriso, a jovem estranha aquele ato, e percebe que o homem não olhava para ela e sim para o enorme vulto atrás dela, que não deu sequer tempo para uma reação, e já foi golpeando-a em seu braço direito rasgando a manga da sua jaqueta deixando um pequeno corte em seu braço, devido a grande resistência dos Belmont, pois se fosse em uma pessoa normal, teria sido dilacerada pelas garras da gárgula que a atingiu.

- Bem Srta. Belmont, devo despedir-me no presente, deveras admiraria ver como sairias nesse embate contra um de meus servos, mas o presente momento exige minha atenção voltada a outros assuntos, foi um prazer conhecê-la.
Dito isso o homem desfaz-se em sombras e desaparece.

A caçadora encara seu adversário, é uma criatura grande, uns 2 m e meio de altura, possuía asas escuras, assim como o resto da sua pele, as mesmas estavam dobradas.

“tenho que aproveitar que esse terreno dificulta a movimentação dele.” – pensa a caçadora. Porém, meio como em resposta ao seu pensamento, o ser abriu as asas e ela notou que elas atravessavam as paredes, sem danificá-las, se tornando intangíveis, o monstro ergueu seus dois braços, e desferiu uma investida desenhando um círculo vertical em direção a jovem, que se esquiva por pouco, pois a criatura é muito rápida, ela calculou seu salto milimetricamente, pois ao contrário da criatura ela não atravessa as paredes. Ela toca suavemente o chão com uma graça felina, mas seu ombro de súbito “explode” em um rasgo e um ferimento, aparentemente mais sério que o primeiro. “Mas eu me desviei do seu golpe, o que houve?” Sem ter tempo para raciocinar ela teve que saltar para o lado, pois a criatura era implacável e investia mais uma vez em sua direção, a jovem se lança para o lado, mas fez uma infeliz escolha, a parede estava muito próxima batendo nela com seu ombro ferido, o que a levou ao chão, e permitiu à Gárgula atingir sua perna, ferindo-a seriamente.
Com sua adversária ao chão, e ferida a criatura sorri e prepara seu ataque final, e salta sobre sua vítima.....

Mais um vulto aparece naquele cenário, um homem trajado completamente de negro, segura com uma das mãos a garra da gárgula, e com a outra atravessa o peito do servo do Vampiro, a criatura nem entende direito o que houve, e se desfaz aos olhos de seu algoz.

A Caçadora, prestes a perder a consciência observa seu salvador as voltar lentamente a ela, o que não permitiu olhar nitidamente  para seu rosto, deu apenas para delimitar que seus cabelos eram longos e possuía uma mecha branca na frente.

- Hum, então quer dizer que os Belmont ainda existem, interessante!
Foram as últimas palavras que Ágata Belmont ouviu antes de desmaiar

Yanagor pegou a jovem em seus braços e a carregou para um parque não muito longe de onde ela estava, usou um pouco de seus poderes para curar as feridas, sua vontade fora testada ao máximo pois 100 anos se passaram desde que se alimentara de sangue humano, e a sede começa a lhe atormentar, ele quase cedeu a seu instinto maldito, mas o rosto da jovem o fizera recuar, pois ela se parecia muito com sua salvadora. Trazendo memórias a muito esquecidas a tona em sua mente.........

Yanagor não é uma criatura qualquer, seu antigo senhor o adquiriu de maneiras escusas, uma situação rara que ocorre 1 vez a cada 10.000 anos ou mais, um demônio se apaixonar por um anjo, e ser correspondido, porém dessa união, algo não permitido por nenhum dos mundos nasceu, uma criatura conhecida como Shemânphora, tanto angelical quanto demoníaca, tão poderosa quanto ambas porém sem suas fraquezas e limitações, e com um porém, sua presença não poderia ser detectada por nenhuma das outras raças, o que aos olhos de Nerislav, seria perfeito, aproveitou da confusão pois ambos eram caçados e roubou a criança, “cuidando” dela enquanto crescia até atingir a idade correta, o que aconteceu aos 18 anos de idade do ser, Nerislav sabia que um Shemânphora envelhecia como um humano normal até o 18º inverno de sua existência, a partir daí, seus poderes se aflorariam, mas o Vampiro não queria o ser fora de seu controle, ele sabia que se torna-se a criatura em um filho da noite, ele estaria a mercê de seu criador, e foi o que fez.

Yanagor viveu sob essa condição durante 100 anos de sua existência, um Shemânphora transformado que tinha os poderes de um anjo, um demônio e os de Vampiro, e a mercê de seu senhor, apesar de toda essa maldição, o “jovem” de 118 anos, não nutria maldade em seu coração, podia andar a luz do dia por causa de sua origem celestial, mas ao longo que os anos foi passando, foi sentindo uma sede imensurável em seu ser, foi quando descobriu que a cada 100 anos deveria se alimentar como o Vampiro que nele existia, mas não queria matar ninguém, nem fazer mal, foi quando foi obrigado por seu senhor a fazê-lo, o que fez nutrir ainda mais o ódio que o servo tinha por seu senhor, mas era escravo da vontade desse.

Mais 100 anos se passaram, quando ela veio, Maliel Belmont, uma caçadora que soube das atrocidades do vampiro e teve um combate direto com o servo deste, a mesma era muito boa em suas armas mas a criatura era muito mais poderosa que qualquer vampiro que tivesse enfrentado, mas algo estava errado, ela nitidamente percebeu que o servo não a atacava diretamente duas vezes que estava para cair de um precipício foi golpeada, sem muito dano e lançada de volta para não morrer, foi quando notou que a criatura pedia para ser morta, seu coração chorava ansiando por isso, uma das habilidades de Maliel era ler o coração das criaturas, e ela se atreveu a ler o daquele que se encontrava a sua frente, e descobriu que o ser na sua frente era puro, porém maculado pelo mal de seu senhor, descobriu também a maldição que o assolava a cada 100 anos, e resolveu arriscar, pagando um preço muito caro para libertar aquele a sua frente, cortou seu próprio pescoço com sua adaga, deixando verter seu sangue na frente daquele que ela escolheu para ser seu algoz, Yanagor cego por sua sede tentou resistir o máximo que pode, chegou a se aproximar para curá-la, mas seu mestre impôs mais uma vez sua vontade fazendo-o se alimentar da jovem Belmont, não podendo evitar, o fez.

Mas o que o antigo vampiro não sabia era que o sangue da Belmont a sua frente seria sua ruína, a medida que Yanagor sorvia-o fora recuperando a consciência e, conseqüentemente, sua vontade, livrando-o do julgo de seu senhor, parou de tomá-lo assim que recuperou seus movimentos, deixando a jovem caçadora a beira da morte, seu “senhor” exigia que ele a matasse, mas Yanagor continuou imóvel, o homem tentou executar o encantamento que daria o controle total dos atos de seu servo, mas o mesmo continuou imóvel, e de súbito desapareceu diante de seus olhos, reaparecendo a sua frente e atravessando seu corpo com o punho, findando assim, a existência do morto vivo.

Yanagor tentou curar as feridas de Maliel, mas havia sugado muito sangue dela, a mesma não resistiria até o amanhecer, em um ato de desespero deu a ela um pouco de seu sangue, transformando-a em uma criatura noturna, ela assustada com o que aconteceu disse a ele que os Belmont não se tornam vampiros, talvez pela origem do Shemânphora, ele conseguiria faze-lo, e não eram acometidos pela sede, ela o fez prometer que nunca mais o faria com nenhum Belmont nem com ninguém, pois viver nas sombras rastejando entre os pobres e se alimentando daqueles que juraram proteger, não era algo digno de um paladino, ela desejava morrer, foi o preço que ela aceitou pagar em troca da liberdade de uma das criaturas mais poderosas que já existiu, porém antes ela pediu ao ser que continuasse seu trabalho, erradicar o mundo daquelas criaturas, mas que soubesse julgá-las pois nem todas são más, é o ciclo da existência,  e Yanagor deveria manter o equilíbrio, durante toda a noite ela contou como um caçador deve agir, como as criaturas deveriam ser eliminadas, e ao amanhecer ela pediu que ele a levasse a torre mais alta do castelo para contemplar o último alvorecer, o sol estava para nascer, então ela abraçou aquele por quem deu sua vida beijando-o nos lábios, o meio anjo a segurou em seus braços e a beijou como se houvesse esperado a vida toda por aquele momento, ergueu-a do chão, e saltou em uma queda livre, Maliel, fechou apenas seus olhos para sentir a ultima brisa do amanhecer perpassar seu corpo, sentiu o toque da manhã, ela pensava que seria doloroso, talvez por seu criador ser um meio anjo fora privada dessa sensação, ela se sentia feliz, abriu seus olhos e  se viu nos braços dele, e viu suas asas, cinzentas, porém belas e imponentes, eles estavam voando e a medida que o sol surgia no horizonte, seu corpo de desfazia em cinzas, a ultima coisa que sentiu foi o toque da lágrima do anjo que a carregava nos braços, sabia que tinha feito a escolha certa, sabia que ele seria o maior caçador que esse mundo já viu......

O caçador recobra seus sentidos, e nota que o sol está nascendo, se afasta da jovem caçadora ainda desacordada, tira do bolso seu maço de cigarros e se encosta entre as árvores apenas observando-a despertar, coloca um cigarro na boca e acende seu isqueiro...

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